domingo, 21 de dezembro de 2014

A Morte é Volúvel e Indecifrável

Por Rosângela Brunet
18.11.2014
A Todos Que Amei e a Morte levou de Mim

É preciso escrever as palavras travadas pela dor, engessadas pelo cotidiano,encravada pela violência, esquecidas pelo sofrimento que não queremos viver novamente.
É preciso mergulhar no vão do sofrimento que grita rouco porque não foram capazes de ouvi-los.
É preciso esquecer as mensagens óbvias, os clichês e a as frases feitas e se denunciar o mal entendido, o disfarce das letras,os atos falhos, ás mascaras pintadas e talhadas em cada discurso preparado em cada nota ou aviso  de erros de português.
É preciso fazer o vazio se revelar .O nada pede uma palavra e nossos sonhos não param de relatar essa existência que se foi.
O fim tem uma nota errada. Faltou dizer aquele tom do lado de dentro onde a gente não tem mais o ritmo certo para uma canção assim tão inacabada, tão  sem sentido de tocar, tão impossível  de se compor.O fim não é arte.O fim não  tem forma.Não há como descobrir  os elementos apropriados para compor uma obra que esgote um conceito assim .
Um momento é o bastante para dizer o quanto o fim é composto de nada.Como reproduzir uma cena que se acabou? Como esculpir uma obra sem termos o molde adequado dessa composição que não queremos viver.

Obra de Igor Mitoraj 



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