Por Rosangela Brunet
O vaso de barro foi um instrumento muito utilizado para carregar água, vinho e azeite entre os hebreus na época de Cristo.Essa tem sido uma imagem recorrente dentro de mim.
Eu sou feito pela mão do oleiro,mas me consolido na fornalha..Como um vaso de barro ,sou simples, rústica, lugar de chão.Minha origem é natural e pouco precisa para poder me revelar claramente quem sou. Minha pintura é uma opção. Qualquer ornamento é dispensável para mim.Minha essência e beleza é composta pela minha forma,textura, utilidade e cor .Sou transparente e real, sem artifícios que me mascare.Meu jeito de viver é autêntico e livre ao estar no mundo. Nasço da terra e toco as demandas sociais sem precisar de grande estilo.Sou sofisticadamente simples. Sem enfeite. Sou bela por ser continente Sou livre á espera de alguém que me habite.Sou um vazio me transformando em criação. Carrego no peito o sabor da alegria e possuo alimento todos os dias.
Transporto vida e água que limpa, refrigera e compõe o mundo.O vinho que habita em mim é carregado de frutas silvestres férteis por longes plantios em terras desconhecidas , porto do vasto universo da alma .É o
nada encontrando Suas mãos doadoras de minhas belas formas com a intenção de habitar os cantos de minha casa interior.
Obra de Arte de Rosângela Brunet |
Sou um lugar descoberto por um poder de criação.Vida e arte dentro de mim ampliando meu espaço de ser no mundo , construindo meu mundo .Subjetivo caminho de um indivíduo na descoberta de si mesmo.Sem retardos, sem avisos, nem placas de censura.
Um caminho de volta a ser quem me fez Nos encontramos aqui , enfim,E no diálogo ao espantar de mim,
me distraindo,Ele me explica a razão de viver. E no final Ele conclui: temos mesmo é que estender este projeto de se expressar em outros planos, extensões ou lugares Prolongar o paraíso das formas aflitas pela existência.Somos continentes mas sem um mar pra navegar.Apenas terra nos limita .Precisamos do mar ...
Atravessar outros universos e se perder no horizonte de outros olhares,e navegar os corações aflitos
Mas o mar desta terra não se navega assim , ele necessita amar para navegar, se não ele aporta no fundo e para de desaguar
Rosângela Brunet
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